PADRE E DEPUTADO PROVINCIAL, NA PRIMEIRA LEGISLATURA, DE 1835 A 1837.
POR LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
O Padre Manoel José
Fernandes é um dos nomes mais prestigiosos na velha Assembléia Legislativa, de
sua instalação em 1835 às primeiras décadas subsequentes. Foi Deputado nove
vezes, de 1835 a 1851 e de 1854-55. Presidiu a Assembléia em 1838, 1839, 1840,
1844 e 1846. Seu Pai, André José Fernandes, era irmão do Padre Francisco de
Brito Guerra, o presidente da primeira Assembléia. Depu-tado Geral e Senador do
Império, a força viva da época.
O Padre Manoel José
Fernandes foi educado pelo tio e, ordenado, substituía-o interinamente na
paróquia do Caicó. Em 1845, quando o tio faleceu. ficou Vigário Colado, é
efetivo na freguesia da Senhora Santana
O Bispo de Olinda, dom
João da Purificação Marques Perdigão, nomeou-o Visitador. E o povo sertanejo
deu-lhe o nome ainda corrente na voz dos velhos: — o Visitador Fernandes
Ordenara-se em 1823.
Nascera na jurisdição da Capela da Senhora Santana do Campo Grande no último
ano do século XVIII
Na sessão legislativa
de 1848 o suplente Joaquim Ferreira Nobre Pelinca substituiu-o porque o
Visitador estava em funções no momento inarredáveis, viagens através do sertão
escaldado pela seca.
Na eleição setorial
para a vaga do Senador Brito. Brito em agosto de 1845, o visitador Fernandes
obteve 237 votos, sendo o segundo colocado na lista tríplice. Mereceu escolha,
nomeação e posse o Vereador da Casa Imperial Paulo José de Melo Azevedo e Brito
então merecedor do titulo vitalício como de ser Imperador da China
O Visitador Fernandes
foi um político sereno. apaziguandor e maneiroso, amigo de empatar briga e
exercendo com exatidão e teima, sua missão pacificadora e generosa.
Faleceu na Vila do
Príncipe, hoje Cidade do Caicó, a 10 de fevereiro de 1858.
Perguntava-me um amigo
de livros. - “Que interesse tem você em pesquisar e escrever notas sobre essas
figuras desaparecidas e banais?”. Meu amigo, respondi: - “Se nós do Rio Grande
do Norte não estudarmos essas figuras que foram nossas e viveram a nossa vida,
quem há de perder com elas amor e tempo?”.
Fonte: CÃMARA CASCUDO,
Luís da. Uma História da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Natal-RN, Fundação José Augusto, 1972. (págs. 423-424)
FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ
AUGUSTO